Resenha: O Grito

        O grito (The grudge) é, de fato, um filme bastante conhecido no universo das produções de terror, mas que divide bastante a opinião dos espectadores. Ambientado em Tóquio, no Japão, ele narra o mistério que envolve uma casa em que mora uma família americana, incluindo uma senhora doente que possui ligeiros traços de demência e letargia, e que por isso, necessita da ajuda de uma enfermeira para viver e se movimentar pela casa. Sua atual ajudante é Yoko, enviada pelo Centro Social de Apoio. Mas quando a garota não aparece no trabalho, Karen Davis é chamada para substituí-la, sem nem imaginar o que aconteceu com Yoko, e o que lá espera por ela.

          O enredo se baseia em uma antiga crença japonesa de que mortes envoltas por profundo ódio dão início a uma maldição, e segue uma cronologia que a princípio pode ser confusa, porque utiliza-se de paralelos entre diferentes partes do passado e o futuro, mostrando pontos de vistas recortados, apesar de conectados um ao outro. Contudo, do meio para o final, esse recurso se torna esclarecedor, pois vai explicando os acontecimentos em uma lógica que desvenda os segredos da casa amaldiçoada em questão de forma extremamente coerente.

      Esse filme tem uma qualidade admirável no gênero do terror: consegue equilibrar as cenas assustadoras com uma história bem estruturada, além de trazer um tema bem delicado por trás (não posso falar o que é, porque isso só é revelado no final). Poucos filmes atualmente conseguem chegar ao nível que esse filme alcançou. Recomendo demais aos que gostam desse tipo de filme.